Não precisa ser rosa – na hora de escolher o sal
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Não precisa ser rosa – na hora de escolher o sal
Sabe aquele sal rosa do Himalaia, lindo e caro, que você acreditou ser mais rico em minerais e ter menor teor de sódio? Hoje vou te ajudar a avaliar se o seu custo benefício vale a pena e se há mesmo benefícios nutricionais extras, comumente atribuídos a esse produto.
Iodo
Vamos começar pensando que mesmo esse tipo de sal tivesse maior aporte nutricional, seria irrelevante para saúde, já que devemos consumir quantidades muito pequenas de sal por dia.
Em contrapartida, ainda não sabemos se há ou não presença, ou quantidade, de iodo em sua composição (o iodo é adicionado ao sal branco refinado, com intuito de aumentar sua oferta para a prevenir doenças ligadas a tireoide e promover o desenvolvimento neurológico adequado dos bebês, durante a gestação – definição realizada pela Política Nacional de Alimentação e Nutrição PNAN, do Ministério da Saúde).
Preço
Como dito antes, esse tipo de sal tem um preço mais alto que o convencional e podemos encontrá-lo por quase o dobro do preço do sal comum, afinal de contas é um produto importado do Himalaia.
Sustentabilidade
E se tratando de importação, há de se lembrar que devemos estar atentos a forma como nossos alimentos chegam até nós, se eles viajam quilômetros até o ponto de venda, quais e quanto meios são utilizados para transportá-los e se há maior consumo de combustível e uso de embalagens por exemplo. Ou seja, se são sustentáveis ou não. Pensando dessa maneira, seria melhor optar por produtos que venham de locais mais próximos, colaborar com a natureza e com os produtores da sua região e de quebra, torná-los mais acessíveis ao próprio bolso.
Propriedades nutricionais
Voltando as propriedades do sal rosa, ao pensar na saúde, será que vale a pena o consumo de um sal importado para obter algum tipo de benefício próprio?
Eis que essa semana, buscando artigos sobre doenças cardiovasculares, encontro uma atualização científica sobre o consumo de sal, motivo pelo qual resolvi escrever sobre esse tema com vocês. O estudo comparou as propriedades de oligoelementos de três tipos de sal, o sal grosso, o sal refinado e o sal do Himalaia (o rosa). O que foi evidenciado é que havia uma pequena diferença de teor de sódio entre as variedades de sal. Os outros minerais comparados, tinham diferenças justificadas pelas características da região (do local de extração) e pela influência ambiental.
Desta forma, o estudo concluiu que a diferença de oligoelementos da composição do sal branco e do sal rosa, não pode ser atribuída como justificativa para seus possíveis benefícios a partir do seu consumo regular, ainda porque, mesmo o sal rosa continua sendo uma fonte de sódio.
Conclusão
As afirmações quanto aos possíveis benefícios do sal rosa parecem não ser justificadas, já que não há diferença significativa em quantidade de minerais e nem mesmo o polêmico sódio demonstrou teor reduzido, quando comparado aos outros tipos de sais. Além disso, também não se sabe a concentração de iodo no sal rosa, já que o iodo é importante para prevenção de doenças da tireoide e formação do desenvolvimento neurológico dos bebês.
Sabendo que até o momento não há comprovação de problemas para a saúde relacionada ao consumo moderado do sal branco e que este ainda ajuda a providenciar a ingestão adequada de iodo, não vejo justificativas para não consumi-lo.
Mesmo assim, não há necessidade para temer o sal rosa, se levar em conta seu sabor suavemente diferenciado, este pode ser usado para algumas finalizações de pratos, por exemplo. Só não há necessidade de fazer deste essencial, mas sim, opcional.
Digo ainda que podemos utilizar outras opções bem interessantes, como o sal marinho ou integral, que não passam pelo processo industrial de refinamento, ou ainda fazer o próprio “sal de ervas” você pode acessar uma receita aqui https://renatadilli.com/receitas-saudaveis/saldeervas/, que pode ser um excelente realçador de sabor dos alimentos e ajuda a reduzir a quantidade de sal em si, das preparações.
Importante: utilize sal com moderação.
A Organização Mundial da Saúde recomenda: para os adultos saudáveis o consumo indicado é de até 2g de sódio por dia, ou seja, 5g de sal por dia, com o objetivo de reduzir a pressão arterial, os riscos de doenças cardiovasculares e doenças renais.
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